4. Segunda semana: Conhecimento de Nossa Senhora
a) Textos introdutórios do tema
São Luís de Montfort - TVD 258
(...) Como uma alma é feliz quando (...) está inteiramente possuída e governada pelo espírito de Maria, que é um espírito.
Doce e forte
Zeloso e prudente
Humilde e corajoso
Puro e fecundo
Maria Fons
Olhando todos os adjetivos que São Luís dá, facilmente se chega à idéia de curso de água, de regato, de fonte, porque:
Ø A água que corre é suave (nunca fere, sempre é agradável).
Ø Mas forte, e é difícil resistir ao seu ímpeto e não ser arrastado; não há praticamente obstáculo que o ímpeto das águas não possa vencer, de imediato ou com o tempo;
Ø É humilde porque sempre procura o mais baixo,
Ø Mas é corajosa, porque se lança sem medo ao desconhecido, vai sempre além, sem se deter e não descansa enquanto não encontra o Mar, mesmo se, às vezes, é preciso lançar-se em abismos, fazendo uma linda cachoeira (a cachoeira é o heroísmo do rio);
Ø A água é também zelosa, porque procura diligentemente a passagem, porque “molha” tudo o que toca, porque sempre se difunde (no sentido próprio de difusão, vai pegando por “osmose”; assim como o fogo que pega em tudo o que toca, a água também; é verdade que algumas coisas são impermeáveis, molham por fora, mas não molham por dentro, como outras são incombustíveis, mas a água sempre tenta... e sempre faz algum efeito);
Ø E a água é também prudente: sempre procura o caminho fácil, o mais adequado, só vai pelo difícil quando não há jeito; sempre exerce a prudência, que é buscar o meio adequado para chegar ao seu fim.
Ø A água é também pura, não apenas é pura em si mesma (sem cor, sem gosto, sem cheiro, sem sabor è nada para os sentidos) como também purifica tudo, lava tudo, faz tudo ficar puro;
Ø E como é fecunda. Toda semente nasce, cresce e frutifica por causa da água; ela é o elemento fecundante e fecundo por excelência;
Não é sem razão, portanto, que Nossa Senhora é chamada de fonte: “Maria fons”.
b) Textos próprios para as meditações
1) Doçura
“Vita, dulcedo et spes nostra, salve...”.
São Luís de Montfort - TVD 85
(...) ele é boa, ela é terna; não há nela nada de austero nem de rebarbativo, nada de sublime demais ou brilhante demais; vendo-a, vemos nossa pura natureza. Ela não é o sol que, pela vivacidade de seus raios, poderia cegar-nos por causa de nossa fraqueza, mas ela é bela e doce como a lua, que recebe sua luz do sol e a tempera pra torná-la conforme a nossa debilidade.
Santo Afonso de Ligório – Glórias de Maria – O dulcis
Mas eu não falo aqui dessa doçura sensível, porque essa não se concede comumente a todos. Falo dessa salutar doçura de conforto, de amor, de alegria, de confiança e de fortaleza que esse nome de Maria ordinariamente dá àqueles que o pronunciam com devoção.
[...] Abrasado em amor, assim falava ternamente S. Bernardo a sua bondosa Mãe: Ó excelsa, ó bondosa e veneranda Maria, como é o vosso nome tão cheio de doçura e de amabilidade. Ninguém o pode proferir sem que se veja abrasado de amor para com Deus e para convosco.
2) Força
“Turris Davidica, Turris eburnea...”.
P. Justin de Mieckow – As litanias da Santíssima Virgem – Torre de Davi
Uma torre é um edifício elevado, dominando todos as construções ao redor e construída solidamente, na qual, à aproximação do inimigo, os habitantes do campo e das cidades se refugiam, normalmente. [...] assim a Bem-aventurada Virgem Maria é uma torre na Igreja, porque ela domina todos os que nasceram antes dela, aqueles que nasceram na santidade e foram criados na justiça. Todos os culpados, todos os tristes, todos os afligidos se refugiam nela, e por sua proteção são livres de toda espécie de inimigos.
A bem-aventurada Virgem é chamada torre por causa de sua elevação e por causa de sua força.
A elevação de Maria consiste em quatro virtudes:
· Na contemplação das coisas eternas,
· No acúmulo de méritos,
· Na força da qualidade interiores e
· No desprezo das coisas terrestres.
[...] A bem-aventurada Virgem é comparada a uma torre por causa de sua solidez. As torres são edifícios sólidos, destinados à defesa de um campo, de uma região, de uma praça, de uma cidade, nas quais, quando de um cerco, de um perigo, os soldados e todo o povo se refugiam para aí ficar em segurança. De lá eles montam guarda e vigiam para todos os lados para impedir que o inimigo entre no campo ou na cidade.
Que torre mais forte, mas sólida, mais bela que a santíssima Virgem? Deus a fortificou de tal modo pela graça que nunca ele a se afastou dele, nem por falavas, nem por ações, nem por pensamentos. Oh, que torre fortíssima foi essa alma abençoada que o demônio não pode forçar por nenhuma fraude, nenhuma sugestão. Ele não pode nunca ocupar uma só ameia dessa torre inexpugnável (...). É uma torre sólida, fundada sobre a pedra firme de que fala São Paulo: “A pedra, era Jesus Cristo...”.
É uma torre imóvel, já que “Deus no meio dela não será movido”.
A bem-aventurada Virgem uma torre forte porque, tomando nossa defesa contra os inimigos inferiores, ela desarma suas armadilhas, descobre seus estratagemas, enfraquece o seu poder, quebra a sua força, os põe em fuga e impede-os de nos suplantar e nos vencer.
[...] Numa torre, os soldados montam guarda e velam de todos os lados a fim de que o inimigo não se apodere da cidade ou da fortaleza. Velam na bem-aventurada Virgem, como numa torre muito alta, os que estudam sua vida por uma freqüente meditação e seguem seus exemplos com uma piedade assídua. Munidos assim, eles evitam todas as armadilhas, todos os estratagemas do inimigo e defendem energicamente a cidade de suas almas contra o ataque do inimigo.
3) Zelo
“E naqueles dias, levantando-se, Maria foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá, e entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel...”.
Santo Afonso de Ligório – As virtudes de Maria
O amor a Deus e ao próximo nos é imposto pelo mesmo preceito. A razão e, diz Santo Tomás, que quem ama a Deus ama a tudo que por Deus é amado. Santa Catarina de Gênova dia a Deus certo dia: Senhor, quereis que ame o meu próximo, e não posso amar senão a Vós. Deus lhe respondeu: Quem me ama, ama tudo quanto me é caro.
Ora, como nunca houve nem haverá jamais criatura mais abrasada que Maria, no amor a Deus, também não houve nem haverá jamais criatura mais devotada que Ela a seu próximo.
Cornélio a Lapide, explicando um texto dos Cânticos, diz que o Verbo encarnado no seio de Maria encheu de caridade a sua Mãe, para que Ela auxiliasse a quem se Lhe dirigisse.
Maria estava tão cheia de caridade quando vivia na terra, que socorria todos quantos necessitavam de seu auxílio, mesmo sem Lho pedirem/ citemos como prova as bodas de Caná, onde pediu ao filho o milagre do vinho, expondo-lhe a situação aflitiva da família. Oh! Qual não era a sua solicitude quando se tratava de socorrer o próximo, por exemplo, quando foi à casa de Isabel para desempenhar um encargo de caridade.
Não nos podia dar melhor prova dessa grande caridade do que oferecendo seu Filho à morte por nossa salvação.
E essa caridade de Maria para conosco, dis São Boaventura, não diminuiu no céu; pelo contrário, aumentou muito.
4) Prudência
“Virgo Prudentissima...”.
“Maria, no entanto, guardava todas estas coisas, meditando-as em seu coração”.
“Como se fará isso?”.
São Bernardo, Sermão sobre o “Missus est”, 9.
“Ela, ao ouvir isso, turbou-se [Maria] e pensava que saudação seria aquela”. [...].Turbou-se, mas não se perturbou. Turbei-me, diz o profeta, e não falei, mas meditei os dias antigos e tive em minha mente os anos eternos. Assim também Maria turbou-se e não falou, mas pensava que saudação seria aquela.
O ter-se turbado, foi pudor virginal; o não se ter perturbado, foi fortaleza; o haver calado e pensado foi prudência. Pensava que saudação seria aquela.
Sabia essa Virgem prudente que muitas vezes Satanás se disfarça em anjo de luz; e, sendo humilde e modesta, não esperava tal coisa de um anjo santo; por isso pensava entre si que saudação seria aquela.
5) Humildade
“Eis aqui a escrava do Senhor”
São João Eudes – O Magnificat
Quia respexit humilitatem ancillae suae
Lançou os olhos sobre a humildade da sua serva: qual é essa humildade de que fala a Bem-aventurada Virgem? A esse respeito não são unânimes os pensamentos dos santos Doutores. Dizem alguns que, entre todas as virtudes, a humildade é a única que não se contempla e não se conhece a si mesma; pois o que se julga humilde é soberbo. Razão pela qual, ao dizer a Bem-aventurada Virgem que Deus olhou a sua humildade, não se refere à virtude da humildade, mas à sua baixeza e abjeção.
“Há duas espécies de humildade, diz São Bernardo. A primeira é a filha de verdade, é fria e sem calor. A segunda é filha da caridade, e nos abrasa. A primeira consiste no conhecimento, e a segunda na afeição. Pela primeira, conhecemos que nada somos, e esse conhecimento, tomamo-lo de nós mesmo e de nossa própria miséria e enfermidade. Pela segunda, calcamos aos pés a glória do mundo, e aprendemo-la dAquele que se aniquilou a Si mesmo, e que fugiu quando O procuraram para elevá-lO à glória de realeza; e que, em vez de fugir, ofereceu-Se voluntariamente quando O procuram para crucificá-lO e mergulhá-lO em um abismo de opróbrios e ignomínias”.
Se perguntardes porque Deus considerou antes a humildade da Santíssima Virgem que a sua pureza e suas outras virtudes, se todas nEla se achavam em grau elevadíssimo, responder-vos-á S. Alberto Magno, com Santo Agostinho, que considerou antes a sua humildade, porque Lhe era mais agradável que sua pureza.
“A virgindade é muito louvável, diz São Bernardo, mas a humildade é necessária. Aquela é de conselho, esta de mandamento. Podeis ser salvo sem a virgindade, mas sem a humildade não há salvação. Sem a humildade de Maria, ouso dizer que não teria sido agradável a Deus a sua virgindade. Se Maria não fosse humilde, o Espírito Santo não teria decido a Ela; e se não houvesse descido a Ela, Ela não seria Mãe de Deus. Ela agradou a Deus pela virgindade, mas concebeu o Filho de deus pela humildade. Donde é necessário concluir que foi a humildade que tornou sua virgindade agradável à divina Majestade”.
6) Coragem
“Regina martirum...”.
P. Justin de Mieckow – As litanias da Santíssima Virgem – Rainha dos Mártires
Há dois tipos de coragem. A primeira consiste em desprezar, por amor de Deus, as coisas que contrariam o corpo. A segunda em empreender com uma grande coragem as coisas mais difíceis, segundo a definição de Santo Ambrósio. A Santa Virgem, aos pés da cruz não desprezou todas as dores e não se imolou a si mesma ao Pai ao mesmo tempo que seu Filho? Não cooperou ela com a nossa redenção? Quem a viu abatida pela adversidade? Quem a viu alquebrada pelas dores? Quem a viu alegrar-se desmesuradamente pela prosperidade?
A coragem da Virgem brilhou com o mais alto brilho: vendo seu Filho único, não um filho qualquer, mas Deus e homem ao mesmo tempo, suspenso na cruz pelos pecados do mundo inteiro, ele suportou essa dor essa dor tão viva com tanta força de alma que não fez nada de contrário a sua dignidade ou a sua razão, nada que não indicasse a maior moderação ou a maior constância. Assim, nunca ele sofreu qualquer desfalecimento (...).
Salomão nos Provérbios procurava com cuidado uma mulher magnânima, invencível, heróica, pois as mulheres são, por natureza, fracas e covardes. “Quem encontrará, diz ele, uma mulher forte?” Maria foi essa mulher verdadeiramente magnânima e forte que, vendo seu Filho único Tão caro e inocente, amarrado diante dela, flagelado, suspenso na cruz, maltratado, vendo-os os maus porem sua carne em pedaços, não se deixou de nenhum modo perturbar pela adversidade, ansiedade, cor nem foi agitada por nenhum movimento de impaciência. “Maria, diz o santo evangelista, Mão de Jesus, se mantinha de pé junto da cruz de seu filho”.
[...] Quem exprimirá dignamente essa força de alma da Virgem? Quem não ficará estupefacto vendo tanta coragem? A experiência mostra que homens ilustres, ainda que dotados de uma grande força de alma, como César, Pompeu, Heitor, Aquiles, fraquejaram às vezes na adversidade. Não foi assim com a Virgem. Ela permaneceu inabalável no meio das tropas cruéis dos algozes, no meio dos soldados romanos e dos inimigos judeus; seu sexo, seu pudor virginal, nada a reteve em casa; a coorte de soldados não a amedrontou; a amargura da dor não a fez desmaiar; o horrível espetáculo de seu filho na cruz não a perturbou; tantas injúrias feitas a seu filho crucificado não a apavoraram e não a fizeram fugir. “Ela se manteve de pé junto à cruz de Jesus”. Oh, que coragem notável da virgem! Oh, magnanimidade mais do que heróica.
São Bernardo, 2º Sermão sobre Nossa Senhora, 5 ss.
E quem [a não ser Maria], buscava Salomão quando dizia: “A mulher forte, quem a encontrará?” Ele bem conhecia, aquele homem sábio, a fraqueza desse sexo, seu corpo frágil, seu espírito inconstante.
Contudo, ele tinha lido que Deus prometera que aquele que vencera pela mulher seria, por sua vez, vencido pela mulher, e ele via que isso era uma coisa muito conveniente. Assim, repleto de uma veemente admiração, ele exclamava; “A mulher forte, quem a encontrará?”, o que queria dizer: se da mão de uma mulher depende a salvação de todos nós, a restauração da inocência e a vitória sobre o inimigo, é preciso, absolutamente, prevê-la forte, a que será capaz de uma tão grande obra.
Mas “essa mulher forte, quem a encontrará?” E, para mostrar bem que não procurava sem esperança, acrescenta como profeta: “Seu preço nos vem de longe, das extremidades da terra”, o que quer dizer?
O valor dessa mulher não é qualquer coisa de vil, de insignificante ou de medíocre, ele não vem da terra, mas do céu, nem sequer do céu próximo da terra, mas “seu ponto de partida é o mais alto dos céus”.
7) Pureza
“Virgo virginum, Mater castissima”.
São Bernardo, Sermão sobre o “Missus est”, 7.
(...) Oh virgem prudente! Oh virgem devota! Quem te ensinou que agradava a Deus a virgindade?
Que lei, que rito, que página do Velho Testamento manda, ou aconselha, ou exorta, a viver na carne castamente e a viver vida de anjo na terra?
E onde tinhas lido, Virgem devota, que a sabedoria da carne é morte (NT) e não queirais contentar vossa sensualidade, satisfazendo a seus apetites?
E onde tinhas lido das virgens que cantam um novo cântico que ninguém mais pode cantar, e que seguem o cordeiro onde quer que ele vá (Apocalipse)?
E onde tinhas lido que são louvados os que se fizeram continentes por amor do reino de Deus? (Evangelho)
E onde tinhas lido “embora vivamos na carne nossa conduta não é carnal (São Paulo)? O que casa sua filha faz bem, mas o que não casa faz melhor (São Paulo)? Onde tinhas ouvido? Quisera que todos vós permanecêsseis como eu; é bom para o homem, se assim permanece como eu lhe aconselho (São Paulo)? Quanto às virgens, não recebi preceito do Senhor, mas dou conselho (São Paulo)”.
Mas tu, Maria, não digo preceito, mas nem conselho, nem exemplo tinhas, mas a moção interior de Deus te ensinava tudo, e seu Verbo vivo e eficaz, fazendo-se primeiro teu mestre que teu filho, instruiu tua mente antes de vestir tua carne. Fazes voto, pois, de apresentar-te a Cristo virgem, sem saber que está reservado para ti o ser mãe. Escolhes ser desprezada em Israel e incorrer na maldição da esterilidade, para agradar àquele Senhor a cujos olhos fazes o mais perfeito, e olha como a maldição se transforma em bênção e a esterilidade é premiada com a fecundidade.
8) Fecundidade
“Mater Christi...”.
São Bernardo, 1º Sermão sobre Nossa Senhora, 7 ss.
Há, porém, alguma coisa de ainda maior a admirar em Maria: a fecundidade junta à virgindade. Nunca se ouvir dizer que alguma mulher fosse ao mesmo tempo mãe e virgem.
Mas se tu prestas atenção à de quem ela é mãe, até onde ira tua admiração por sua excelência extraordinária? Não é de constatar que tu não podes admirar suficientemente?
A teu julgamento, ou antes, ao julgamento da Verdade, aquela que teve Deus por filho não deverá ser “exaltada mais alto que todos os coros de anjos?“.
Deus, o Senhor dos anjos, não ousou Maria chamá-lo seu filho quando disse “Meu filho por que nos fizeste isso?”.
Qual dos anjos o teria ousado? Basta-lhes, e eles consideram como grande, sendo espíritos por natureza, servirem e serem chamados, por graça, de mensageiros, segundo o testemunho de Davi: “ele fez dos espíritos seus mensageiros”.
Maria, por seu lado, que sabe que é sua mãe, dá com confiança esse nome de filho à Majestade que os anjos servem com respeito. E deus não desdenha ser chamado daquilo que se dignou ser. Um pouco além, com efeito, o evangelista ajunta: “E ele lhes era submisso”. Quem, e a quem? Deus a homens. Sim, Deus a quem os anjos estão submetidos, a quem obedecem aos Principados e as Potestades, Deus era submisso a Maria. E não apenas a Maria, mas também a José por causa de Maria. Admira uma e outra coisa, e escolhe a que é mais admirável: ou o dulcíssimo abaixamento do filho, ou a sobreeminente dignidade da mãe. Dos dois lados, é estupefaciente, dos dois lados maravilhoso: que Deus obedeça a uma mulher, eis uma humildade sem exemplo; que uma mulher comande a Deus, eis uma sublimidade sem igual. Canta-se, em honra das virgens, que ela “seguem o Cordeiro onde quer que Ele vá”. De que glória se julgará digna, então, aquela que caminha diante dEle?
Santo Agostinho – Comentário ao Salmo 84
A verdade nasceu da terra
“A verdade nasceu da terra e a Justiça inclinou-se do céu” (Sl 84, 12).
Cristo nasceu da mulher. “A verdade nasceu da terra”. O Filho de Deus procedeu da carne.
E o que é a Verdade? - O Filho de Deus!
E o que é a terra? - A carne!
Procura de onde nasceu Cristo e verás que a Verdade nasceu da terra. Mas a verdade que nasceu da terra existia antes da terra e por ela forma feitos o céu e a terra.
Mas para que a Justiça olhasse do céu, isto é, para que os homens se justificassem pela graça divina, a Verdade nasceu da Virgem Maria. Tudo a fim que pudesse oferecer o sacrifício em favor daqueles que haviam de ser justificados: o sacrifício da paixão, o sacrifício da cruz.
c) Cronogram